.Capitulo 17

O destino é uma questão de escolha - Augusto Cury

Jared franziu o cenho, e olhou para Zac mais detalhadamente. O amigo estava completamente deslumbrado com o que estava vendo, parecia que não estava sentado esperando um hambúrguer, como qualquer outro ali ― Zac não estava nem ali― estava no mundo da Lua... Alheio  a movimentação de pessoas que entravam e saiam do estabelecimento, alheio ao fluxo de carros que não deixavam o trânsito parado, alheio ao cheiro de comida por todo o ambiente, Zac estava com a mente em outro lugar, ou melhor, em alguém... Um alguém Jared tinha certeza de saber quem se tratava, mas que no momento não estava lembrando.

― Assinatura de Quem? ― Jared rompeu o silêncio, tentando entender o que se passava. Zac não tirava os olhos daquele livro com páginas amareladas, com um leve cheirinho de mofo, parecia encontrar-se num estado de hipnose. ― Zac?

―O-oi! ― Jared queria entender esse riso estampado no rosto do amigo, e essa estranha felicidade que estava se manifestando subitamente, isso não era normal! Minutos atrás Zac era o cansado amigo que não aguentava mais um casamento, mas que continuava empurrando com a barriga uma união que aos poucos acabava com a sua vida, entretanto olhando para ele naquele momento, parecia que o Zac de antes, o que sorria facilmente, o que antes era feliz,  alegando que o Zac de antes ainda existia dentro dele. ― Lembra daquela garota que eu conheci no Natal do ano passado?

― Ah! A garota que você conhe... Não, Zac! Não lembro! Faz o favor de me explicar o que está havendo?

―  É uma longa história!! ― exclamou mostrando a fileira de dentes brancos ― Então? Por que me trouxe até aqui?

― Hum... Agora estamos falando a mesma língua! Sabe aquela festa que eu te trouxe no final do ano passado? O Lucas, meu amigo, dono da casa, planejou uma nova, nesse final de semana, está chamando todas as pessoas da festa que rolou, o convite chegou lá em casa antes de ontem, aí resolvi te contatar! ― Jared conseguiu dizer entre mordidas no seu hambúrguer que acabara de chegar.

― Festa do ano passado... Ei! Como você lembra-se dessa festa, e não se lembra da garota que estava lá?  A que implicou comigo!  È dela que eu estava falando agora a pouco!!

― Eu não lembro, está legal? Eu a beijei? A gente ficou?

― NÃO! É claro que não!

― Então porque eu iria lembrar; Zac?! ― Jared riu e Zac revirou os olhos. ― O que essa garota tem de tão especial?

―  É uma longa história!

― É.. Eu já percebi que sim! Bem, mas de qualquer forma já pensou na possibilidade que ela possa aparecer nessa festa? Bem, se ela estava na festa do ano passado, é possível que ela também apareça nessa festa que vai rolar nesse fim de semana, não acha?

― Cara, que coisa louca, minutos atrás eu  estava te odiando por ter me feito vir aqui as pressas pra nada... Agora eu vou  confessar que eu te amo, cara!

― Menos! Não exagera! Mas e aí? Se você ver a garota? O que vai acontecer?

― Eu não sei!

― Ah eu sei! Vamos fazer uma aposta! Se você encontrar essa mulher, você pede o divórcio pra Megan e sai daquele casamento, e volta a ser o Zac de antes.  E me paga uma viagem pro Caribe no final do ano, hehe!!

―  Que?

― Qual é? Você é rico! E o primeiro item convenhamos é um favor que você faz a si mesmo.

― Você é muito é esperto! E caso eu não encontrar a Vanessa?

― Aí meu amigo, eu não sei, você continua com a sua mulher se quiser, mas a minha viagem pro Caribe não sai do pacote!!

― Assim não é justo! Façamos assim, se eu e a Vanessa ficarmos juntos,  eu te pago a viagem pro caribe, me divorcio da Megan! Mas se eu não encontrar ela, você só ganha a viagem, se me ajudar a encontrá-la, se a gente se ver e ela estiver acompanhada, você só ganha a viagem se  me ajudar a reconquistar ela, ou seja você só ganha a viagem seeu e a Vanessa ficarmos juntos.

― Nossa cara, espertinho é você! E a Megan?

― Dane-se, independentemente de eu reencontrar ou não a Vanessa, eu vou me divorciar dela, chega te viver uma mentira! Eu mereço um pouco de felicidade!

― E eu preciso encontrar essa Vanessa é logo! Ela nem está aqui, mas já fez você querer se divorciar da Megan. Nossa eu preciso dar um premio para essa mulher!

Zac olhou mais uma vez para a assinatura naquele livro de receitas francesas, respirou fundo, queria que ela estivesse naquela festa,  e foi só nisso que pensou durante o trajeto. A música alta deixava bem claro que ninguém ali tinha a intenção de dormir cedo ― quem pensou em dormir ali? ― Jared logo se dispersou indo ao encontro de uma roda de garotas que tomavam algum tipo de bebida, e não paravam de dançar.  Pegou um copo de refrigerante, se a Vanessa aparecesse, seria bom que ela não sentisse cheiro de álcool ao falar com ele.

Vanessa nem sabia o motivo de estar ali, mas também não custava nada dá um pulinho na badalação que acontecia na casa vizinha a qual havia sido convidada. Aos poucos a mulherada da festa a reconhecia, e a elogiava pela a ultima coleção, e lógico, pela roupa que ela estava usando no momento, e Vanessa nem tinha pensado em impressionar ninguém. Verónique já havia saído para buscar bebidas faziam dois minutos, e ela não fazia idéia onde sua assistente atrapalhada estava. Tinha tanta gente a casa a qualquer momento poderia explodir com milhares de pedacinhos de pessoas voando para todos os lados, ela riu com tal pensamento. Bem, se ela quisesse alguma bebida, ela mesmo teria que pegar, Veronique não ia voltar tão cedo!

Segurou o último copo de refrigerante da bancada, quando percebeu que outra mão pousava sobre a sua. Seguiu o braço do lado do seu, em câmera lenta,  chegando nos ombros, e

finalmente...

―Você! ― disseram em uníssono, como se tudo e todos parassem de existir naquele momento, e a única coisa que importasse eram os dois ali.

― Quanto tempo! ― Vanessa foi a primeira a romper o silencio que tomara de conta. Os olhos... Ela não conseguia desviar os olhos dos dele.

― Tempo de mais, não acha?

― Eu não sei! ― ela disse soltando o copo, fitando a aliança no dedo dele. ― Talvez tempo suficiente para acontecer o que tinha para acontecer. ― de repente o olhar dela se tornou triste.

― Concordo que muita coisa aconteceu, mas que o que tinha para acontecer ficou em segundo plano, e não aconteceu...

― E o que tinha para acontecer?

― Olhe para nós, nem nos dizemos oi, como vai? , como deveria ser, apenas estamos continuando uma conversa que ainda não terminou...

― Pois devia ter terminado há muito tempo... Muita coisa mudou Zac.

― Concordo, mas há coisas que permanecem... Vanessa, eu não vou bancar o idiota, e ficar perguntando coisas como: o que você tem feito da vida? E o trabalho?  Não vou fingir que somos apenas conhecidos que se reencontraram e vão colocar o papo em dia. Não vou perder o meu tempo com isso... Passei os três ultimos anos da minha vida, perdendo o meu tempo, perdendo o tempo só me preocupando com o trabalho,  perdendo meu tempo com a Megan, e perdendo meu tempo quando tive uma chance que a vida me deu para ser feliz e desperdicei me casando com alguém que não amava. Eu cansei de perder tempo pensando que o destino ia se encarregar de fazer tudo, na verdade ele não é tão autoritário assim, algumas coisas é você que tem que correr atrás e ir fazer... Chegou a  minha hora... Eu ainda gosto de você Vanessa... Você ainda mexe comigo, eu passei esses meses vendo você estampando varias capas de revistas, nunca deixei de pensar em você... Ainda te quero... Muito!

― Mas ainda está casado, com ela não é? ― Vanessa perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

 Obrigada por todos os comentários garotas, desculpem a demora, tinha esquecido a senha do e-mail kkkkk

Ei jaja avisos okay?

 

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Capitulo 15

Por mais voltas que o mundo dê, um dia todos nós 

iremos nos encontrar em algum ponto - Charles Chaplin

– Aí está você, demorou!

– Vim assim que recebi sua mensagem, que você enviou exatamente cinco horas atrás. Qual é dessa vez?

– Qual é dessa vez o que? Eu faço o favor de tirar do inferno que é teu casamento por um final de semana e é assim que você me agradece?

– Você o que?  Você me disse que queria tratar de negócios, Jared! Não acredito que você me fez sair de Chicago as pressas pra nada! Não sei porque eu te dou ouvidos, eu deveria...

– Calma meu amigo! Relaxa! Zac, todo mundo sabe, que você não sai mais de casa, só é da casa pro trabalho e mais nada. Só trabalha para sustentar aquela sua mulherzinha peruinha, de meia tigela... Meu amigo, o que é isso? Onde está o Zac que eu conheço? O que adorava uma saída com os amigos? Sabe, se divertir... Assistir uma partida dos Lakers... Tomar umas...

                Ambos estavam parados na varanda da casa de Jared. Zac com uma mala na mão, e uma pasta, ciente de que estava indo para mais uma viagem de trabalho, aonde ia se reunir com outros empresários, e tratar de papeladas, projetos, e algumas burocracias. Megan nem se importou quando ele disse que tinha que viajar urgentemente para Nova York, e que não sabia quando voltava. Ele não sabia se isso era porque viagens assim, já havia se tornado habitual, ou se ela mesma não ligava para o fato de que eles ainda estavam casados. Zac a deixou se bronzeando a beira da piscina, ao lado de uma amiga. Ela nem o levou até a porta, ou disse “vou sentir sua falta, volte logo”, ou muito menos ajudou o arrumar as malas, simplesmente olhou para como se olhasse para um estranho, pôs os óculos e voltou a tagarelar com a amiga.

– Qual foi a parte do que representa essa aliança no meu dedo, que você não entendeu? – Engraçado, ele queria ter feito essa mesma pergunta a Megan, quando estava saindo de casa, mas não fez, pois já sabia a resposta, ele tinha dinheiro, e ela não precisaria trabalhar nunca se quisesse. Era só se comportar, e empurrar aquele casamento com a barriga, até ela se cansar, não que os motivos reais que a levaram para aquele casamento fossem esses. Ele sabia que ela havia o amado, mas assim como ele, não amava mais, era simples assim.

– Isso aqui não é um casamento não, meu caro! Isso aqui é uma prisão em liberdade condicional! Você usa uma algema no dedo! – disse Jared puxando a aliança do dedo de Zac e jogando-a no lixo. Zac abriu a boca para protestar, mas Jared o impediu: – Assuma que você quis fazer isso, só não teve coragem! – Zac permaneceu calado, não havia o que dizer, Jared o conhecia bem. Sorrindo Jared continuou– É para isso que servem os amigos! Nos impulsionam para fazermos as coisas que queremos fazer e que não temos coragem! Vamos entrar!

A casa de Jared não era nenhum exemplo de organização, mas também não era nenhum chiqueiro, pelo menos era isso que ele dizia a todos que ali entravam. O sofá era de couro, e aparentava ser novo, havia uma grande TV de plasma na estante, um aparelho de som e alguns cd’s de bandas de rock. No tapete haviam marcas de calçados, e restos de pipoca, e pizza, ou algo do tipo.  O telefone ficava a dois passos do sofá e ao lado dele havia uma latinha de cerveja vazia.  A mesa de jantar havia sido substituída por uma pesa de sinuca, e havia tacos e bolas ao lado.

– Foi eu mesmo que decorei! – Jared falou orgulhosamente.

– Esses restos de comida espalhados, fazem parte da decoração? – Zac perguntou, tentando manter a calma. Não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. Viera para Nova York pensando que iria trabalhar, mas não era isso que parecia que iria acontecer. Colocou a mala do lado do sofá e olhou escada acima. –  Onde eu vou dormir?

– Quem falou em dormir, Zac? – Jared brincou, e Zac o encarou espantado. – Brincadeira, você conhece a casa, último quarto a esquerda. Fique feliz, passei ontem na lavanderia e lavei os cobertores, e as toalhas desse quarto, ou seja... Está tudo limpinho! Mas se estiver com fome, se vira, não vou ser babá de marmanjo nenhum!

– Como se você soubesse cozinhar...

– E você sabe?

– Não, mas isso não vem ao caso! O que está havendo Jared? Porque me fez vir até aqui?

Stella abriu a porta, e Vanessa acompanhada de Verónique adentrou com malas e malas, e sacos de presentes. Gina apareceu na sala e abraçou a filha. Demoraram um bom tempo sentadas, matando a saudade, e falando das novidades e de tudo que ocorrera nos últimos meses.

– Você está mais alta, ou é impressão minha Stella? – Vanessa perguntou sarcástica. Ela sabia que a irmã assim como ela ia crescer muito, e desde a última vez que Vanessa passara aqui, Stella não havia crescido mais que cinco centímetros.

– Haha... Engraçadinha! – todos sorriram – Vou ficar mais alta que você, nem que seja um centímetro! Eu ainda posso crescer... E você... – Stella riu.

– Pirralha! – Vanessa sorriu – Então mamãe, meu quarto está pronto?

Vanessa adentrou o quarto, que já não era mais o mesmo. Sua cama havia sido trocada meses atrás na sua última visita,  na parede reinava um azul-claro, e os móveis já eram novos, e completamente modernos. Só havia deixado duas coisas no mesmo lugar... Os patins, e o mural de fotografias, onde ela guardava ainda a  fotografia daquela noite de Natal, quando conhecera aquele homem, que há tanto tempo não via.

– Calma Zac, vamos comer alguma coisa! A lanchonete da esquina, tem um hambúrguer “dahora”.

Zac suspirou cansado, até que horas aquele joguinho continuaria? No caminho até a lanchonete, Zac parou para olhar três adolescentes, que estavam fazendo uma espécie de bazar na calçada.

– É para ajudar na viagem desse semestre, moço. Qualquer coisa é 10 dólares, moço! – a menina, que aparentava ser a líder do trio, anunciara.

– Qualquer coisa? – Zac perguntou sorrindo, lembrando de que as vezes inventava de vender suas figurinhas para conseguir uma bola de basquete nova, quando estava na escola. – Hum... Esse livro parece ser interessante, Zac apontou pra primeira coisa que viu na bancada.

– É um livro de receitas, e é francês, Zac! – Jared avisou não acreditando no que o amigo estava prestes a comprar – Desde quando você fala francês?

– Desde que terminei meu curso semestre passado, vai ser bom para exercitar, e eu vou ainda aprender a cozinhar! – Na verdade Zac não estava preocupado com uma coisa e nem outra, só queria ajudar os três adolescentes, pois sabia que qualquer venda era muito para eles.

– Ainda acho que você fez besteira quando  comprastes esse livro, dez dólares jogados fora! – Jared falou quando se sentaram a uma das mesas da lanchonete. – Além de ser usado, é ainda em francês, e de receitas!

– Não acho, falando nisso... Deixa-me ver o que ele diz! – Ele retirou o livro da Sacola, e mal acreditou quando leu o que estava escrito na primeira página. Zac perdeu a fala, olhou para  Jared com os olhos arregalados.

– O que foi? – Jared inquiriu curioso. – Não me diga que tem uma barata morta dentro desse livro...

– Não, Jared! É a assinatura dela! É a letra dela! Ela assinou isso quando nos conhecemos! É a letra da Vanessa... Da minha Vanessa!

Obrigada por todos os comentários anteriores... Entre No Saltos e Sonhos beijocas....

Até mais!! Espero que tenham gostado do capitulo