sábado, 16 de junho de 2012

Capitulo 15





Por mais voltas que o mundo dê, um dia todos nós 

iremos nos encontrar em algum ponto - Charles Chaplin


– Aí está você, demorou!
– Vim assim que recebi sua mensagem, que você enviou exatamente cinco horas atrás. Qual é dessa vez?
– Qual é dessa vez o que? Eu faço o favor de tirar do inferno que é teu casamento por um final de semana e é assim que você me agradece?
– Você o que?  Você me disse que queria tratar de negócios, Jared! Não acredito que você me fez sair de Chicago as pressas pra nada! Não sei porque eu te dou ouvidos, eu deveria...
– Calma meu amigo! Relaxa! Zac, todo mundo sabe, que você não sai mais de casa, só é da casa pro trabalho e mais nada. Só trabalha para sustentar aquela sua mulherzinha peruinha, de meia tigela... Meu amigo, o que é isso? Onde está o Zac que eu conheço? O que adorava uma saída com os amigos? Sabe, se divertir... Assistir uma partida dos Lakers... Tomar umas...
                Ambos estavam parados na varanda da casa de Jared. Zac com uma mala na mão, e uma pasta, ciente de que estava indo para mais uma viagem de trabalho, aonde ia se reunir com outros empresários, e tratar de papeladas, projetos, e algumas burocracias. Megan nem se importou quando ele disse que tinha que viajar urgentemente para Nova York, e que não sabia quando voltava. Ele não sabia se isso era porque viagens assim, já havia se tornado habitual, ou se ela mesma não ligava para o fato de que eles ainda estavam casados. Zac a deixou se bronzeando a beira da piscina, ao lado de uma amiga. Ela nem o levou até a porta, ou disse “vou sentir sua falta, volte logo”, ou muito menos ajudou o arrumar as malas, simplesmente olhou para como se olhasse para um estranho, pôs os óculos e voltou a tagarelar com a amiga.
– Qual foi a parte do que representa essa aliança no meu dedo, que você não entendeu? – Engraçado, ele queria ter feito essa mesma pergunta a Megan, quando estava saindo de casa, mas não fez, pois já sabia a resposta, ele tinha dinheiro, e ela não precisaria trabalhar nunca se quisesse. Era só se comportar, e empurrar aquele casamento com a barriga, até ela se cansar, não que os motivos reais que a levaram para aquele casamento fossem esses. Ele sabia que ela havia o amado, mas assim como ele, não amava mais, era simples assim.
– Isso aqui não é um casamento não, meu caro! Isso aqui é uma prisão em liberdade condicional! Você usa uma algema no dedo! – disse Jared puxando a aliança do dedo de Zac e jogando-a no lixo. Zac abriu a boca para protestar, mas Jared o impediu: – Assuma que você quis fazer isso, só não teve coragem! – Zac permaneceu calado, não havia o que dizer, Jared o conhecia bem. Sorrindo Jared continuou– É para isso que servem os amigos! Nos impulsionam para fazermos as coisas que queremos fazer e que não temos coragem! Vamos entrar!
A casa de Jared não era nenhum exemplo de organização, mas também não era nenhum chiqueiro, pelo menos era isso que ele dizia a todos que ali entravam. O sofá era de couro, e aparentava ser novo, havia uma grande TV de plasma na estante, um aparelho de som e alguns cd’s de bandas de rock. No tapete haviam marcas de calçados, e restos de pipoca, e pizza, ou algo do tipo.  O telefone ficava a dois passos do sofá e ao lado dele havia uma latinha de cerveja vazia.  A mesa de jantar havia sido substituída por uma pesa de sinuca, e havia tacos e bolas ao lado.
– Foi eu mesmo que decorei! – Jared falou orgulhosamente.
– Esses restos de comida espalhados, fazem parte da decoração? – Zac perguntou, tentando manter a calma. Não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. Viera para Nova York pensando que iria trabalhar, mas não era isso que parecia que iria acontecer. Colocou a mala do lado do sofá e olhou escada acima. –  Onde eu vou dormir?
– Quem falou em dormir, Zac? – Jared brincou, e Zac o encarou espantado. – Brincadeira, você conhece a casa, último quarto a esquerda. Fique feliz, passei ontem na lavanderia e lavei os cobertores, e as toalhas desse quarto, ou seja... Está tudo limpinho! Mas se estiver com fome, se vira, não vou ser babá de marmanjo nenhum!
– Como se você soubesse cozinhar...
– E você sabe?
– Não, mas isso não vem ao caso! O que está havendo Jared? Porque me fez vir até aqui?



Stella abriu a porta, e Vanessa acompanhada de Verónique adentrou com malas e malas, e sacos de presentes. Gina apareceu na sala e abraçou a filha. Demoraram um bom tempo sentadas, matando a saudade, e falando das novidades e de tudo que ocorrera nos últimos meses.
– Você está mais alta, ou é impressão minha Stella? – Vanessa perguntou sarcástica. Ela sabia que a irmã assim como ela ia crescer muito, e desde a última vez que Vanessa passara aqui, Stella não havia crescido mais que cinco centímetros.
– Haha... Engraçadinha! – todos sorriram – Vou ficar mais alta que você, nem que seja um centímetro! Eu ainda posso crescer... E você... – Stella riu.
– Pirralha! – Vanessa sorriu – Então mamãe, meu quarto está pronto?

Vanessa adentrou o quarto, que já não era mais o mesmo. Sua cama havia sido trocada meses atrás na sua última visita,  na parede reinava um azul-claro, e os móveis já eram novos, e completamente modernos. Só havia deixado duas coisas no mesmo lugar... Os patins, e o mural de fotografias, onde ela guardava ainda a  fotografia daquela noite de Natal, quando conhecera aquele homem, que há tanto tempo não via.


– Calma Zac, vamos comer alguma coisa! A lanchonete da esquina, tem um hambúrguer “dahora”.
Zac suspirou cansado, até que horas aquele joguinho continuaria? No caminho até a lanchonete, Zac parou para olhar três adolescentes, que estavam fazendo uma espécie de bazar na calçada.
– É para ajudar na viagem desse semestre, moço. Qualquer coisa é 10 dólares, moço! – a menina, que aparentava ser a líder do trio, anunciara.
– Qualquer coisa? – Zac perguntou sorrindo, lembrando de que as vezes inventava de vender suas figurinhas para conseguir uma bola de basquete nova, quando estava na escola. – Hum... Esse livro parece ser interessante, Zac apontou pra primeira coisa que viu na bancada.
– É um livro de receitas, e é francês, Zac! – Jared avisou não acreditando no que o amigo estava prestes a comprar – Desde quando você fala francês?
– Desde que terminei meu curso semestre passado, vai ser bom para exercitar, e eu vou ainda aprender a cozinhar! – Na verdade Zac não estava preocupado com uma coisa e nem outra, só queria ajudar os três adolescentes, pois sabia que qualquer venda era muito para eles.
– Ainda acho que você fez besteira quando  comprastes esse livro, dez dólares jogados fora! – Jared falou quando se sentaram a uma das mesas da lanchonete. – Além de ser usado, é ainda em francês, e de receitas!
– Não acho, falando nisso... Deixa-me ver o que ele diz! – Ele retirou o livro da Sacola, e mal acreditou quando leu o que estava escrito na primeira página. Zac perdeu a fala, olhou para  Jared com os olhos arregalados.
– O que foi? – Jared inquiriu curioso. – Não me diga que tem uma barata morta dentro desse livro...
– Não, Jared! É a assinatura dela! É a letra dela! Ela assinou isso quando nos conhecemos! É a letra da Vanessa... Da minha Vanessa!




Obrigada por todos os comentários anteriores... Entre No Saltos e Sonhos beijocas....

Até mais!! Espero que tenham gostado do capitulo